Acho que já ninguém se lembra d’O Gambito de Dama, pois não?
Quem não sabe, é uma mini-série que estreou em outubro de 2020 na Netflix e que meteu o Mundo a falar novamente de Xadrez. Basicamente conta a história da jovem orfã Beth que descobre que tem facilidade para visualizar e antecipar as jogadas no tabuleiro de xadrez. E começa a explorar esse “talento” para conquistar o Mundo. Ao longo dos episódios apercebemos que ela recorre à ajuda de comprimidos para desbloquear essa capacidade mental. E inclusivamente mostra desdém para os meus compatriotas que estudam horas a fios as jogadas e estratégias.
Tenho pena que use tantos clichés como o “talento” ou a “luta” entre os jogadores de xadrez norte-americanos e os russos (a série acontece no período da guerra fria) para dar “brilho”.
A série é sexy, bem filmada, com uma ótima banda sonora, excelente guarda roupa e a atriz (Anya Taylor-Joy) enche o ecrã. (By the way, as ruivas são sexy AF). E teve o dom de fazer milhares de pessoas (e sobretudo mulheres) olharem para o xadrez como algo interessante.
Dito isto, para quem aprendeu xadrez (saudades do meu pai e desta época), pertenceu a um clube e chegou a jogar em campeonatos (lembro-me do 1º jogo que fiz com relógio contra o campeão nacional e me esquecia de carregar no botão – na realidade também não precisava pois perdi em meia dúzia de jogadas), fico feliz que uma série ainda tenha esse poder de atração.
E fica a pergunta… Quem alinha numa partida?
