Foto de Helena Lopes na Unsplash

Amizades

Aqui há uns dias, vi uma entrevista da Jane Fonda onde ela fala sobre amizades. E confesso que me identifiquei em vários aspectos.

Primeiro ponto que ela falou foi da diferença entre as amizades masculinas e femininas. Os homens por natureza sentam-se lado a lado, a ver um jogo por exemplo. Enquanto que as mulheres se sentam frente a frente, a conversar. Diria que este exemplo é “demasiado americano”, ou talvez esta não seja a minha realidade, pois costumo sentar-me frente a frente com os meus amigos.

E logo depois ela diz algo que para mim é muito real. A Jane Fonda diz que fazer amizades é algo difícil (sobretudo depois dos 60 – eu diria que depois dos 30) e que tem de ser persistente e chata com quem ela quer realmente ser amiga. Temos de ter essa intenção.

Nos últimos anos, tenho feito o esforço de tentar criar laços de amizade com mais pessoas. Comecei a fazer no trabalho, e com pessoas com quem me cruzava e admirava, e nos últimos tempos (devido à pandemia) também com pessoas que vou seguindo nas redes sociais.

Mas não é realmente uma tarefa fácil.

Uma das tentativas que tive, foi convidar uma dupla que admiro para almoçar, e apesar de alguma “desconfiança” deles, aceitaram e tivemos uma boa conversa. Mas não passou daí. Na vez seguinte que tivemos juntos (num encontro casual), repetimos a frase-feita “temos de combinar algo”. Mas não passou daí. Em episódios mais recentes, muitas vezes tenho algum convite extra para um concerto ou espetáculo, e das últimas 3 vezes que tentei encontrar alguém para vir comigo… não consegui. Mas ainda há poucas semanas, recebi um convite para ir ao cinema, e fui.

A propósito deste tema, fiz um questionário no Twitter, a perguntar quem gostava de ter mais amigos(as), e no total de 24 votos, 66% respondeu que sim. Já no Instagram, as poucas participações que tive (7, apenas 2 disseram que sim).

Pela amostra, há claramente pessoas que gostavam de alargar as amizades que tem. E criar novos laços. Mas criar uma amizade implica esforço. Implica estar disponível. E nem sempre estamos. Nem sempre temos a energia. E é preciso que ambas as pessoas façam esse caminho.

Como se faz? Não faço ideia… Mas aqui estou.

Aproveito e deixo um excerto do vídeo da Jane Fonda, que adoro, e que ainda tem uma energia incrível nos seus 85 anos de vida.

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