Tenho sempre muitas anotações soltas no meu telemóvel. E hoje olhei para uma que dizia “rapaz faz zoom no avião” e lembrei-me automaticamente o que me levou a escrever aquilo.
Na última viagem de avião que fiz, que durou 2h ou algo aproximado, estava sentado num dos lugares do corredor e conseguia observar um rapaz sentado no lado aposto e na fila à frente da minha. E isso fazia com que pudesse observar bem o que ele estava a fazer. Eu sou essa pessoa que observa o que está a acontecer à minha volta (ainda por cima fiz esta viagem sozinho e sem sono). E porquê a nota escrita no telemóvel?
Este rapaz, que deveria ter uns 20 e tal anos, passou as duas horas da viagem a ver as fotos que tinha no telemóvel e a fazer zoom na sua cara. Só isto.
Confesso que me fez confusão. Vi esta acção repetida até à exaustão como uma insegura enorme com a sua imagem, sendo que ele estava a ver fotos privadas (não estava a ver uma rede social) e isso deixou-me mais preocupado. Hoje em dia quem está nas redes sociais de uma forma activa, tem algum grau de preocupação com aquilo que partilha, sobretudo com a auto-imagem. Inclusive tive um episódio engraçado há poucos dias pois postei uma selfie e uma amiga enviou-me uma mensagem privada a dizer: “Não é assim que se tiram selfies”.
Quem me segue, e está mais atento, sabe que partilho fotos onde estou o mais natural possível. Na story que partilhei no meu aniversário fiz uma colagem de fotos onde estava a lavar os dentes na casa de banho… Diria que não estou favorecido (para os standard da beleza), mas mesmo assim partilhei.
Esta obsessão pela “beleza” nas redes sociais (e na vida) deixam-me assustado. Eu digo que a beleza é “overrated”.
E deixo a pergunta: O que vai acontecer às pessoas menos bonitas?
