Não me considero particularmente corajoso, mas não tenho medos. Não tenho medo de morrer, nem de aranhas. Não tenho medo do escuro, nem de cobras. Mas hoje descobri um medo. Tenho medo de perder o sentido de humor.
Desbloqueei este medo nas últimas semanas. Dei por mim a pensar que andava demasiado sério. A sorrir pouco. A rir menos ainda. E nem sei quando fiz alguém sorrir, ou rir.
Talvez fosse por não tenho tido muitas oportunidades para tal. Andei ocupado a trabalhar bastante nos últimos meses. Se calhar é apenas a minha memória a enganar-me. Ou talvez os momentos em que tal acontece sejam realmente poucos. Fui ver aquilo que tenho escrito. Será que o tom é mais sério que o habitual? Diria que sim. Mas acho que é uma extrapolação daquilo que tenho apontado no telemóvel. E no trabalho, qual tem sido o ambiente? Diria que tem tido poucos momentos mais descontraídos. Stress no geral. E nem vou falar naquilo que tem acontecido no Mundo, com a guerra na Ucrânia e em Gaza, o crescimento da extrema direita, ou o regresso dos Linkin Park.
Mas também percebi-me que andava a ver menos coisas engraçadas (adoro ver/ouvir o Conan O’Brien, adoro ver sitcoms estilo Brooklyn 99, ou ler as crónicas do RAP). Mas também parece que há menos espaço para tal, pelo menos nos meios tradicionais. Quer dizer, até a série The Bear entra na categoria de Comédia… Mas na realidade não me lembro do último filme cómico que estreou nos cinemas, ou que vi no streaming. Ao mesmo tempo que em Portugal há cada vez mais humoristas e comediantes que enchem salas, e tem milhões de views no YouTube.
Para mudar o rumo das coisas, fui ver vídeos antigos do Robin Williams, e deixo um dos meus favoritos.
