Há uns dias, falava com um músico (e amigo) que me dizia que ia lançar um novo trabalho cantado em inglês e dizia algo do género:
Não há espaço na rádio para alguém que canta em inglês nesta altura
Ele tem e não tem razão. Se formos olhar para a música portuguesa, é verdade que nos últimos anos só tem existido espaço para quem canta em português. A pop da Carolina Deslandes ou da Bárbara Tinoco, o rap do Plutónio ou do ProfJam, o rock dos Capitão Fausto ou do Miguel Araújo, a eletrónica de Quadra ou Branko, e o folk de Bandua ou Ana Lua Caiano, entre tantos outros.
Parece que cantar em inglês (ou outra língua) se tornou raro na música feita em Portugal.
Quando comecei a trabalhar na música havia inúmeros exemplos, e com muito sucesso, a cantar em inglês como os Silence 4 ou Hands On Approach. Sem falar de uma série de outros músicos e grupos que não tinham tanto sucesso, mas que fizeram parte dessa última geração onde o inglês dominava como Blind Zero, Coldfinger, Old Jerusalem, ou Primitive Reason.
Mas, neste momento, ainda temos quem cante em inglês, como o Ritchie Campbell, Best Youth, Black Mamba. Sem falar quem a grande maioria da música que toca na rádio é cantada em inglês (sim, esquecemos que os artistas que mais tem airplay continuam a ser os estrangeiros como os Coldplay, Kendrick Lamar, Bruno Mars, ou Billie Eilish).
Mas, o importante é manter a essência, seja em português, inglês ou espanhol.
